sábado, 26 de julho de 2014

Uma tragédia elvense

A recente telenovela na Câmara Municipal de Elvas será, até agora, o ponto alto de uma tragédia que (des)governa Elvas há duas décadas.
Estava à vista de todos que Rondão Almeida, personagem egocêntrica até mais não (basta ver a quantidade de placas com o nome do sujeito), não abdicaria do poder que exerce há vinte anos, a dúvida de todos era se Nuno Mocinha seria apenas um testa de ferro, uma mera marioneta para ocupar uma cadeira. A resposta foi contundente e clara: "Não fui eleito para presidente de fechada". E a meu ver uma excelente e necessária resposta. Chega de Rondão Almeida. Basta.

Há muito se vê que Rondão não dá mais, aquilo é e será sempre o mesmo: betão, festas e festarolas, betão, excursões e almoçaradas para idosos, betão e porcos no espeto para inaugurar cada passeio ou nova rotunda, sempre com a sua brigada do reumático atrás a bater palmas e fazer vénias ao novel comendador. Tudo isto pago com nossos impostos, à taxa máxima, como não podia deixar de ser.

Durante duas décadas esta política secou a economia privada, castrou a iniciativa, vergou os interesses à política e limitou as liberdades individuais. Uma Câmara rica, uma cidade pobre e miserável. Um quinto dos seus cidadãos está no desemprego, um terço vive de apoios sociais, o rendimento per capita é o mais baixo das cidades alentejanas.
Por tudo disto devíamos perguntar: como é possível o sujeito ainda merecer votos? A resposta, contudo, é fácil e dolorosa, basta atentar que foram políticas dirigidas à maior fatia da população: os idosos. No entanto outra pergunta intriga: como podem bater palmas a políticas que expulsam os seus filhos e netos em busca de melhor sorte?! Infelizmente, numa cidade com um tecido socio-económico frágil e de parcos recursos, haverá sempre quem se sujeite a trabalhar por uma migalha. É o socialismo em todo o seu esplendor. A miséria como forma de submissão.

Por isso o tempo urge para mudanças fulcrais na política elvense. É tempo de começarmos a pensar como vamos pagar no futuro a manutenção de tanta infraestrutura, de analisar o retorno de tanto investimento, de tanta obra de utilidade mais que duvidosa para a cidade. Com uma economia anquilosada e esclerosa é impossível garantir a sustentabilidade de Elvas. A CME não pode continuar a ser a maior entidade empregadora do concelho. Já chega de termos toda uma cidade de mão estendida à caridade da Câmara e ao ego de Rondão Almeida.

Por tudo isto espero que Nuno Mocinha termine o que iniciou, mostre como é diferente e nos livre desta tragédia anunciada.

2 comentários:

Kruzes Kanhoto disse...

É assim que governam os caciques. E que constroem uma imensa legião de apaniguados. Até, imagine, por aqui existem criaturas que se "babam" pelo gajo...

André Miguel disse...

Sem dúvida Kruzes.
A esses que se babam pelo sujeito eu digo que comparem os indicadores socio-económicos de Elvas e Estremoz e depois falamos...