domingo, 19 de janeiro de 2014

Mais leitor que escrevinhador

Não tenho tido a vontade, nem a inspiração para escrever seja o que for, sobre aquilo que for. Há fases assim. A realidade, esta realidade, que eu vivo e conheço há sete anos já não me surpreende, já não me fascina, já não a consigo descrever e viver com aquele misto de choque e deslumbramento de quem acaba de chegar. Pura e simplesmente já me satura. Sete anos é muita coisa para quem julgava ficar apenas dois ou três.
Do outro lado a outra realidade, não uma qualquer alternativa mas aquela que apenas vivo pela televisão, imprensa, blogues ou nas minúsculas férias trimestrais é demasiado surreal para escrever algo sensato sobre ela. Afinal que mais há a acrescentar ao que já se disse e escreveu sobre um país governado há quarenta anos por um grupinho de incompetentes?
Por isso leio mais que escrevo. A leitura sempre foi o meu refúgio. E nestes tempos de incerteza muitas são as obras por terminar ás quais regressei. Sou incapaz de ler um livro de cada vez e por isso "A Riqueza das Nações" de Adam Smith, As Lições de Peter Drucker, "Da Liberdade de Pensamento e de Expressão" de John Stuart Mill, "Common Wealth" de Jeffrey Sachs, "Sôbolos Rios que Vão" e "Memória de Elefante" de António Lobo Antunes ou "A Toupeira" de John Le Carre são alguns dos que hoje em dia de acompanham, juntamente com os blogues que constam na barra aí do lado direito.
Por isso não estranhem a ausência de escritos por aqui, a gente vê-se por aí e vamos trocando impressões algures; e alguma coisa sairá destas teclas, nem que seja a conta-gotas.

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