quarta-feira, 15 de maio de 2013

Leitura obrigatória


"Vogais e consoantes politicamente incorrectas do acordo ortográfico", de Pedro Correia.

“O Acordo é tecnicamente insustentável, juridicamente inválido, politicamente inepto e materialmente impraticável” (Aqui)

domingo, 12 de maio de 2013

Crónica gastronómica das últimas férias


Gastronómicamente "órfão" desde o encerramento do Tomba Lobos, em Dezembro último, tem sido difícil para este comensal encontrar onde se refugiar e reconfortar a barriga com verdadeiro prazer. Fiquei sem um restaurante preferido, por assim dizer.
Sendo filho de uma terra pródiga em templos gastronómicos é verdade que não faltam locais onde ceder à tentação, como a Cadeia Quinhentista ou A Bolota, mas ali morava algo mais que um simples restaurante, pelo que vai daí e toca de me atrever a descobrir o que se faz no outro lado da fronteira. Em boa hora o fiz e a primeira experiência foi algo do outro mundo, mas ainda não seria ali que encontraria algo como um substituto do "lobo", esse foi descoberto nas ultimas férias e dá pelo nome de Crisol.
Tem tudo o que tinha o "lobo", o estilo moderno, a simpatia e profissionalismo de quem nos recebe e uma cozinha de outro mundo... Estão lá os genes da gastronomia da extremadura espanhola, mas um forte toque pessoal com inspiração de outras paragens e uma criatividade ímpar fazem da refeição uma experiência fantástica. Além disso tem aquela característica tão espanhola de podemos tomar uma refeição propriamente dita ou apenas petiscar as célebres "tapas", sendo que estas não são mais que doses mais pequenas dos pratos principais (tais como Teriaki de Atum ou Carpaccio de Veado e Foie, só para citar dois dos meus preferidos). Um verdadeiro luxo e a preços incrivelmente acessíveis. Em duas semanas de férias fui duas vezes e a próxima visita está certamente já agendada.
Que me perdoem os meus conterrâneos que têm excelentes restaurantes, mas nem só de tradição pode viver a nossa gastronomia, pelo que um pouco mais criatividade nunca fez, nem fará, mal a ninguém.

sábado, 11 de maio de 2013

Confissões de um emigrante (2)

Aqui por Angola chamam-nos expatriados, termo fashion e in para designar alguém destacado para o estrangeiro por uma empresa do seu país natal, com algumas regalias garantidas pela entidade patronal.
Tretas, primeiro porque na grande maioria não há vinculo algum à empresa no país natal, e segundo porque na maioria o processo de recrutamento foi efectuado pela empresa estrangeira. Não somos mais que meros emigrantes, que viemos em busca de melhor sorte, tal como os nossos avós e pais há cerca de meio século atrás. Independentemente do nome que nos queiram dar creio que somos todos exilados; foragidos de uma república socialista que espolia tudo aquilo que mexe, que suga todo e qualquer fruto do trabalho, que estipula o valor do trabalho de cada um independentemente dos seus conhecimentos, esforço e dedicação, (des)governada, há décadas, por um punhado de iluminados que julga conhecer as necessidades e desejos de 10 milhões de almas, para por eles decidir o que é melhor para cada um.
Fugimos de um um futuro que não existe, por um presente por construir; fugimos de quem nos (des)governa, de quem julgou que a felicidade se comprava a crédito, que as dívidas de amanhã não importavam mas os luxos que hoje se compravam; fugimos de quem nos espolia em impostos para pagar a incompetência daqueles que nos atiraram três vezes para a falência; mas fugimos principalmente para ter voz, para mostrar o quanto valemos, mas sobretudo o quanto poderíamos fazer se isso nos fosse permitido. Regressar? Oh quanto o desejo... Mas só, muito provavelmente, quando isso não me obrigue a abdicar de metade do meu trabalho para alimentar um Estado glutão e omnipresente, que tudo controla, mas que é incapaz de garantir a minha liberdade de escolha, a não ser - por enquanto - a liberdade de emigrar.

Publicado também aqui.

A riqueza segundo o malvado liberalismo


"Toda persona es rica según el grado en que pueda disfrutar de las cosas necesarias, convenientes y agradables de la vida. (...)
El precio real de todas las cosas, lo que cada cosa cuesta realmente a la persona que desea adquirirla, es el esfuerzo y la fatiga que su aquisición supone. Lo que cada cosa verdaderamente vale para el hombre que la ha aquirido y que pretende desprenderse de ella o cambiarla por otra cosa, es el esfuerzo y la fatiga que se puede ahorrar y que puede imponer sobre otras personas. Aquello que se compra con dinero o con bienes se compra con trabajo, tanto como lo que compramos con el esfuerzo de nuestro proprio cuerpo."

Adam Smith, La riqueza de las naciones
Edição Alianza Editorial (Madrid, Espanha), 2011
Tradução e estudo preliminar: Carlos Rodriguez Braun, 1994

domingo, 5 de maio de 2013

Dez Discos da minha vida (6º)


Placebo - Black Market Music (2000)


Na entrada do novo milénio os Placebo quase soaram proféticos com o titulo deste álbum, como que anunciando os novos caminhos da música, mas o que interessa mesmo é que nos deram um dos melhores discos deste inicio de Séc. XXI.

Ouvir:

sábado, 4 de maio de 2013

Sobre dietas temporárias e o pão que não nos deixam ganhar

Talvez já não devesse, talvez seja ingenuidade, mas há coisas que ainda me espantam na cena Lusitana que atravessamos...
Estamos falidos, é ponto assente e vai daí cortes e mais cortes é o remédio desta gente para a cura. Cortes sempre iguais e sobre os mesmos. Desde a tanga de Barroso que andamos nisto e sem economia que mexa. Como é possível estarmos estagnados há mais de uma década e esta gente não facilitar, não desregular furiosamente, toda e qualquer actividade que ajude o zé povinho a ter pão para a boca? A coisa está muito bem explicada aqui pelo Pedro Santos Guerreiro e é leitura obrigatória:

"Não é só a factura obrigatória. É o IVA a 23%, que ou aumentou os preços (afastando a procura) ou reduziu a margem (diminuindo a rendibilidade). São os sistemas de facturação novos, que implicam aquisições de equipamento. É a ligação obrigatória à Internet. É a nova lei do arrendamento comercial. É o novo regime de bens em circulação, que exige uma papelada infernal. Os tempos do comerciante de lápis na orelha nem para nostalgia dão: o Estado passou a coleccionar-lhes as orelhas."

Quase aposto que até aturávamos melhor os cortes de Gaspar se pelo menos nos deixassem trabalhar e se o fruto do nosso trabalho apenas dependesse do esforço de cada um e não da tesoura cega do Estado.
Não venham com as tangas das mudanças estruturais porque é conversa para boi dormir, isto é apenas uma banda gástrica, para comer menos, porque daqui a dois anos bastam seis meses de desvario socialista para a engorda recomeçar, pois o esqueleto está todo lá. E tudo isto vem do governo mais liberal que Portugal já teve (a sério, não é para rir)...
É verdade que algumas - poucas - medidas importantes foram tomadas, mas, ou muito me engano ou, foram feitas apenas na esperança de acalmar os ânimos da troika para que esta saia de cena o quanto antes e recomece o regabofe.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Alentejo



No intervalo da azáfama que é procurar nova residência em Luanda ainda deu para umas férias em casa, no meu Alentejo como não podia deixar de ser.
Deixo duas imagens de Castelo de Vide, uma das mais bonitas vilas do país pela sua paisagem de cortar a respiração.