domingo, 24 de novembro de 2013

Meio milhão de desocupados ou de descriminados?

Enquanto a brigada do reumático que afundou a nação anda desesperada para manter as regalias, enquanto os sindicatos estrebucham pelos já instalados, enquanto comunistas e que-se-lixem-a-troika suspiram pela revolução que transforme Portugal na Cuba da Europa, há já meio milhão de jovens que não trabalham nem estudam. Destes, tal como os verdadeiros pobres como diz César das Neves, ninguém fala.
Décadas de leis do trabalho proteccionistas que tornaram a economia anquilosada e dependente do Estado, seguidas de políticas educativas fantasiosas e alheadas da realidade resultaram nisto. Se no trabalho e na economia foi tudo feito para afastar a concorrência e proteger os instalados, na educação foi e continua a ser tudo feito em prol dos alunos que gostaríamos de ter ao invés daqueles que realmente temos. No fundo tudo se resume a uma gritante falta de liberdade. O paizinho Estado toma conta de nós e nós pagando impostos não temos de nos preocupar, pois não somos responsáveis pela nossa condição, já que não temos liberdade de escolha.
Se dúvidas houvesse que o salário mínimo é o maior entrave no combate ao desemprego aqui está uma das maiores provas. Estes jovens com baixas qualificações e sem experiência profissional dificilmente conseguirão entrar no mercado de trabalho e a situação é tão ou mais grave que fruto da crise muitos deles também não têm capacidade financeira para melhorar a sua formação académica. Urge assim ao suposto governo mais liberal de sempre abrir os olhos e fazer algo diferente do que tem sido feito nas ultimas décadas. Há coragem ou vamos continuar a empurrar com a barriga até ao estouro final?

2 comentários:

Kruzes Kanhoto disse...

Isto é tudo um bocado retórico. Terá de convir que a um jovem alentejano, ainda que consiga um emprego em Lisboa ou noutro local longe da residência, é praticamente impossível sobreviver com 485,00 euros. Isso quase nem chega para o alojamento e alimentação...

André Miguel disse...

Kruzes,
Certo, mas isso não valida que tenha de ser o Estado a dizer quanto deve um patrão pagar. Além disso se o Estado não fosse um glutão que taxa tudo o que mexe talvez os "patrões" conseguissem pagar melhor.