sábado, 4 de maio de 2013

Sobre dietas temporárias e o pão que não nos deixam ganhar

Talvez já não devesse, talvez seja ingenuidade, mas há coisas que ainda me espantam na cena Lusitana que atravessamos...
Estamos falidos, é ponto assente e vai daí cortes e mais cortes é o remédio desta gente para a cura. Cortes sempre iguais e sobre os mesmos. Desde a tanga de Barroso que andamos nisto e sem economia que mexa. Como é possível estarmos estagnados há mais de uma década e esta gente não facilitar, não desregular furiosamente, toda e qualquer actividade que ajude o zé povinho a ter pão para a boca? A coisa está muito bem explicada aqui pelo Pedro Santos Guerreiro e é leitura obrigatória:

"Não é só a factura obrigatória. É o IVA a 23%, que ou aumentou os preços (afastando a procura) ou reduziu a margem (diminuindo a rendibilidade). São os sistemas de facturação novos, que implicam aquisições de equipamento. É a ligação obrigatória à Internet. É a nova lei do arrendamento comercial. É o novo regime de bens em circulação, que exige uma papelada infernal. Os tempos do comerciante de lápis na orelha nem para nostalgia dão: o Estado passou a coleccionar-lhes as orelhas."

Quase aposto que até aturávamos melhor os cortes de Gaspar se pelo menos nos deixassem trabalhar e se o fruto do nosso trabalho apenas dependesse do esforço de cada um e não da tesoura cega do Estado.
Não venham com as tangas das mudanças estruturais porque é conversa para boi dormir, isto é apenas uma banda gástrica, para comer menos, porque daqui a dois anos bastam seis meses de desvario socialista para a engorda recomeçar, pois o esqueleto está todo lá. E tudo isto vem do governo mais liberal que Portugal já teve (a sério, não é para rir)...
É verdade que algumas - poucas - medidas importantes foram tomadas, mas, ou muito me engano ou, foram feitas apenas na esperança de acalmar os ânimos da troika para que esta saia de cena o quanto antes e recomece o regabofe.

2 comentários:

Kruzes Kanhoto disse...

Claro que voltaremos ao mesmo mal o PS se instale de novo no poder. Mas para mudar alguma coisa tinha de ser feita a reforma da justiça, tal como impõe o memorando com a troika. Mas para esse lado "tá quieto", ninguém mexe. É que isso de cobrar judicialmente as dividas, do Estado e de particulares, num prazo razoável e de forma séria, ia pôr a nú muita coisa que interessa continuar escondida...

André Miguel disse...

Nem mais, muito bem visto.
Ainda há muitos esqueletos no armário, por isso temos feito os minimos que troika ordena no que toca à reforma do Estado...